Entre as variedades de vinhos portugueses, e sem ter em conta o sempre emblemático Vinho do Porto, os dois principais estilos que encantam os apreciadores dos vinhos de Portugal são os vinhos tintos e os vinhos brancos. Cada um deles possui características únicas que os tornam únicos e adequados para diferentes ocasiões.
Antes de mais, os vinhos portugueses são conhecidos e apreciados internacionalmente pela sua riqueza e complexidade. Além disso, o diferencial do nosso país é a variedade de castas autóctones utilizadas nos vinhos, sendo mais de 250 castas lusitanas, um factor determinante para explorar a forte personalidade dos nossos terroirs e reinventar, a cada garrafa, os excelentes sabores das nossas uvas.
A começar pelos vinhos tintos, que podem ir desde os mais suaves e elegantes até aos mais encorpados. Os vinhos tintos suaves caracterizam-se por serem mais aromáticos e apresentam uma menor graduação alcoólica. Este estilo de vinho é produzido maioritariamente na região litoral do país, estendendo as suas vinhas e produção na costa atlântica portuguesa. Este estilo de vinho harmoniza perfeitamente com a famosa charcutaria tradicional do país, muito presente nas regiões de Trás-os-Montes, Beiras e Alentejo, sendo também um ótimo companheiro para os pratos de carnes.
Por outro lado, os vinhos tintos estruturados apresentam características únicas, como taninos persistentes e aromas frutados. Neste caso, os tintos alentejanos produzidos a partir das castas Touriga Nacional, Trincadeira, Tinta Miúda e Alicante Bouschet, por exemplo, são uma ótima opção para acompanhar pratos com carnes de caça.
Além disso, os tintos robustos mais emblemáticos de Portugal são produzidos a partir da região do Vale do Douro, ao norte de Portugal. Neste estilo, os taninos expressam-se de uma forma única e marcante, tornando os vinhos mais apurados e com ótimo potencial de envelhecimento. Além do Douro, a região da Bairrada produz tintos robustos a partir da casta nativa Baga, considerada rainha na região. A elevada acidez destes vinhos contribui para fazer um tinto perfeito para qualquer época do ano. Este estilo, muito apreciado, harmoniza com carnes estufadas e queijos, principalmente o queijo de cabra.
A região do Dão é conhecida por produzir vinhos tintos elegantes. Estes vinhos caracterizam-se por serem intensos, com boa acidez e muito equilibrados, sendo maioritariamente produzidos pelas castas Touriga Nacional, Alfrocheiro, Tinta Roriz e Jaen. Na gastronomia este estilo é flexível, sendo um ótimo aliado para pratos de carne de caça, carnes vermelhas e queijos.
Já os vinhos brancos portugueses são maioritariamente conhecidos pela sua frescura e elegância, indo igualmente desde os mais leves até os mais estruturados. Os vinhos brancos leves são designados como suaves e aromáticos, tendo predominantemente notas florais, leves notas de frutas frescas, como o pêssego e o maracujá, e elevada acidez, sendo esta uma verdadeira marca registada, conferindo-lhes um carácter delicado. Os vinhos brancos suaves são ideais para o verão, sendo refrescantes, próprios para acompanhar pratos de peixes e saladas e maioritariamente produzidos em grande escala nas regiões do Douro, Dão e Alentejo.
De outra forma, os vinhos brancos mais estruturados são reconhecidos por apresentarem características ímpares. O seu teor alcoólico, por exemplo, é mais presente em relação aos vinhos brancos leves, bem como assinalam sabores de madeira, podendo estes ser leves ou mais nítidos. Estes vinhos nascem, sobretudo, na região do Douro e Alentejo, onde também apresentam uma frescura incomparável, ideais para dias quentes e para acompanhar comidas mais ricas em sabores e especiarias.
Para além dos vinhos tintos e brancos, Portugal apresenta uma boa variedade de vinhos rosés e espumantes, sendo este último tradição na região da Bairrada, localizada no centro, na região da Beira Litoral, onde a produção de espumantes ultrapassa o tempo e encontra-se fortemente ligada à tradição da região.
Assim, os vinhos portugueses tintos e brancos oferecem experiências sensoriais únicas, cada um com as suas próprias características distintas. Explorar as castas nativas de Portugal e as suas regiões de origem traduz-se numa verdadeira viagem enológica, onde se descobrem sabores autênticos e inesquecíveis, sempre a acompanhar a nossa gastronomia repleta de tradição e personalidade. Entre os estilos e as características aqui mencionadas, quais destes estilos não podem faltar na mesa, independentemente da ocasião?
(O nosso palpite é ter sempre, no mínimo, um de cada!).